terça-feira, março 31, 2009

[' Não posso pensar que esta noite adormeço sozinha. não posso deixar de sentir-te na memória das mãos. vou ficar a despir-te e talvez ouça rir-te nas paredes, no chão. não posso mentir que as lágrimas são saudades do beijo. ']

são saudades de ti .

segunda-feira, março 30, 2009

Pierre

'Tu és o meu Jeremias e eu sou a rapariga do trapézio que te vê acima do mundo, enquanto a vida me leva e traz as coisas boas e más, num movimento suave e perpétuo do qual nunca quero descansar...' *

domingo, março 29, 2009

wine

"Os homens são como um bom vinho: todos começam como uvas e é dever da mulher pisá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia para o jantar..."

quarta-feira, março 25, 2009

Pornobanhadas

Depois da explosão do conceito do YouTube - Broadcast Yourself era inevitável o aparecimento de um sub-produto, copiando o conceito mas não o mérito, o YouPorn. Se eu não gostasse de cães, poderia classificar este sítio sinistro como abaixo de cão. No entanto, isso seria insultar a dignidade da espécie animal amiga do homem que nos faz acreditar em conceitos em vias de extinção, como a devoção e a lealdade, entre outros.O YouPorn não é abaixo de cão, é abaixo de qualquer critério possível, porque, ao contrário do que pensam os agentes activos que se filmam para mostrar ao mundo os seus pretensos atributos e supostas habilidades, assistir a pornografia é uma coisa e ver pessoas a praticar sexo é outra.
A pornografia é uma indústria com as suas características específicas, que não se enquadra nos cânones dos bons costumes católicos e da qual nem todos gostam. Há pornografia de boa e de má qualidade, há pornografia de todos os géneros e para todos os feitios, que explora todos os fetiches possíveis, do mais requintado ao mais abjecto. Há quem deteste e há quem seja viciado. Há quem a veja como aceitável e quem a considere um crime moral. Mas nada disto se compara à visão grotesca de vídeos caseiros em que duas alminhas decidem, num espírito de ‘faça você mesmo’, assumir o papel de porn stars da Reboleira de Baixo e exibir as suas performances sexuais como se fossem profissionais do métier. No fundo, são como os jogadores de bancada e os árbitros do café da esquina; pensam que sabem como se faz, mas não sabem nada.
Há quem diga que se não for ‘puro e duro’ o sexo não é bom sexo, mas existe um enorme abismo entre fazê-lo e filmá-lo. Como para qualquer outra arte visual, é preciso técnica, saber e talento. Ver vídeos no YouPorn é como comer pão sem manteiga, caldo de verde sem chouriço, bacalhau sem azeite. Não sabe a nada, é gratuito, insonso, sensaborão e desinteressante.
Infelizmente, mais uma vez Portugal consegue aqui mostrar o seu pior. Os vídeos nacionais são tão grotescos e tão mal filmados que sentimos vergonha alheia por quem os colocou no ar: desde um espião numa casa de banho pública que tenta filmar por cima e por baixo o que se passa no cubículo do lado, dando grande destaque às falhas da pintura na parede e a rolos de papel higiénico perdidos no parapeito separador, até uma jovem sonolenta que passa o tempo a dizer ao parceiro ‘Ó Nando, desliga lá isso, pá’, rematando com enfado ‘ó pá, está-me a aleijar’, é difícil ver algo pior.
Se Oscar Wilde escreveu que ‘todos estamos na valeta, mas alguns de nós olham para as estrelas’, eu acho que uns estão mais do que outros. Para me rir do grotesco, prefiro rever o Rap dos Matarruanos: até a Miss Ovibeja é mais sexy.

O mundo é um laranjal e as laranjas andam todas aos molhos a fazer laranjadas umas com as outras. :)

Proezas

A vulgarização do sexo trouxe ao comum mortal certas vantagens bem como alguns inconvenientes. Quando o sexo era aparentemente um bem escasso e pouco acessível, tudo dava mais trabalho, mas talvez as pessoas corressem menos riscos. Refiro-me apenas à prática do acto em si que, por mais banalizado que esteja, não deixa por isso de ser um momento íntimo de entrega e de troca de energias, de fluidos e de outras particularidades.É claro que há sexo e sexo. Há sexo pago ou sexo em troca de favores, sexo puro e duro em encontros furtivos pelo simples prazer do acto, sexo mecânico com um parceiro que está sempre à mão, sexo de fim de semana quando as pessoas saem à noite para irem à caça, sexo por carência, por vingança, por medo da solidão, por terror da morte. O sexo pode ser um princípio, um meio ou um fim, tudo é legítimo desde que se saiba o que é a que finalidade se destina. Não sou contra a prostituição desde que quem pratica tal actividade o faça de livre vontade e não sob o jugo do tráfico humano e da escravidão; entendo que o desejo seja urgente e que a conveniência do sexo pago constitua uma forma de o resolver. Aceito até que as pessoas troquem sexo por afecto ou companhia. O que me custa a aceitar é que o sexo seja praticado com tal leveza que acabe por afastar as pessoas. É como andar nos carrinhos de choque, toma lá um encontrão e põe-te a andar antes que acabe a ficha.
ANTES e depois do sexo, no que toca ao conhecimento do outro, há muito a fazer. É preciso conversar, ouvir, ter tempo para conhecer quem está sentado do outro lado da mesa. Sabe bem podermos saborear um tempo que nem sequer é um compasso de espera mas antes um caminho a percorrer no qual mostramos como somos, o que sentimos, o que desejamos e o que tememos. O tempo e a calma são fundamentais. E mesmo que o sexo chegue depressa por urgência de ambas as partes, ele não substitui o entendimento que se vai criando com tempo e vontade de estar com a outra pessoa fora da cama. Ouvir música, conversar, ir a uma exposição, trocar livros, jantar com amigos, ir às compras, tudo pode dar prazer se a pessoa que está connosco, além de ser o nosso sócio nas proezas sexuais, também é o nosso braço direito para o dia a dia.
Quando existe alguém importante na nossa vida que não está na categoria dos amigos nem da família e que tem connosco uma relação amorosa, não faz sentido que participe activamente na nossa vida?
Já escrevi nesta coluna que uma queca nunca é só uma queca, porque se o for, rapidamente perde o interesse, e se for mais do que isso, então é porque existe algum tipo de envolvimento, ainda que uma ou ambas as partes o neguem. Com isto quero dizer que há momentos em que talvez valha a pena esperar antes de uma pessoa se atirar de mergulho. Até porque podem acontecer coisas piores do que a água estar fria; a piscina pode estar vazia. A espera é o tempo, é deixar crescer aquilo que há de ser. É sempre pouco quando há muito para dar e receber. E além disso como disse o outro uma pessoa não pode estar sempre a comer, a dormir ou a f… e por isso é que inventaram a filosofia.

terça-feira, março 24, 2009

pufff Magiaa

Uma minhas anedotas preferidas é a da queca mágica. Um rapaz mete conversa com uma rapariga numa discoteca e diz-lhe: ‘Eu agora levava-te para casa e fazia--te uma coisa espectacular’. A pequena, sonhadora e entusiasmada, pergunta: ‘O quê?’ ‘Dava-te uma queca mágica’, prossegue o rapaz, ufano. ‘E o que é isso?’ pergunta de novo a jovem. ‘É fantástico’, responde ele, ‘eu dava-te uma queca e tu desaparecias’.
O grande problema é que uma queca, das duas, uma: ou é só um encontrão que vale pela novidade e pela adrenalina – e, sendo esse o caso, não vale a pena repetir; ou, se se vai repetindo, é porque não é só uma queca. Há ali mais qualquer coisa, um je ne sais quoi de poder e magia, um mistério, uma vontade que não morre, uma forma de entendimento que não se consegue explicar, mas que existe porque se sente, mesmo quando o comum mortal não quer pensar que assim é.
As fronteiras entre o sexo puro e duro e a expressão gasta e pirosa de ‘fazer amor’ – que ainda é mais pirosa e, por isso mesmo, mais engraçada quando o artigo definido entra na dança e transforma a expressão em ‘fazer o amor’ – são muito mais difíceis de definir para as mulheres do que para os homens.
Para eles, há as gajas e as namoradas. Há as que são só para o-que-é-que-é e as de quem eles gostam. Mas, para as mulheres, tudo se complica, porque são raras as que conseguem o máximo do entendimento com o mínimo do envolvimento. Uma mulher nunca gosta de sentir que foi usada; prefere imaginar que um começo menos clássico de uma relação pode conduzir a algo mais sério.
Até porque as mulheres são pela continuidade, enquanto os homens preferem a variedade e são propensos a uma certa dispersão. A verdade é que as mulheres nunca querem acreditar que eles, afinal, não gostam de nós, enquanto que os homens demoram muito tempo a acreditar que as mulheres gostam deles, porque partem muitas vezes do princípio que elas não gostam.
Porque é assim? Porque a cultura latina educa a mulher para a entrega, a espera, a abnegação, a expiação dos pecados, a obsessão das virtudes, a complacência, a dedicação e o sacrifício? Ou será uma questão genética? Nas páginas de anúncios de jornais onde se vende sexo, por cada 150 anúncios de mulheres que vendem o corpo, há um anúncio de homens a fazer o mesmo. A razão segue a lógica do mercado: não há procura, porque não é sexo puro e duro que as mulheres procuram. As mulheres querem, regra geral, alguém que lhes faça companhia, antes e depois do sexo. E uma companhia é o oposto de um acompanhante.
Por isso, se uma rosa é sempre uma rosa, uma queca pode ser sempre mais qualquer coisa. O suficiente para fazer uma mulher sonhar. E, como dizia o outro, «o homem caça e luta, a mulher intriga e sonha». Não é defeito, nem sequer feitio. É genético, faz parte do ADN.

domingo, março 22, 2009

love & sex

Nem toda a gente concorda que sexo e amor tenham necessariamente de estar juntos, mas toda a gente gosta de fantasiar com a perspectiva de os juntar, senão para sempre, pelo menos durante algum tempo ao longo de uma vida.
As mulheres, que têm na sua maioria uma visão mais poética e romântica do sexo, encaram o binómio Sexo+Amor como uma combinação perfeita, o porta-estandarte da felicidade e da plenitude. Os homens, regra geral mais pragmáticos tanto neste como em outros assuntos, distinguem o sexo com amor do sexo sem amor, apreciando em cada caso o que houver de melhor.
Existe na génese feminina – de forma estrutural ou aculturada – uma tendência natural para romancear as relações sexuais. É claro que Madame Pompadour, Mata Hari e a própria Samantha de O Sexo e a Cidade funcionam como contracorrente e acabam por influenciar as mulheres, mas no fundo todos sabemos que estas se sentem muito mais confortáveis em relações afectivas profundas do que no clássico toca-e-foge.
O que muitas destas mulheres se esquecem é que nisto, como em tantas outras coisas, os homens são mais parecidos connosco do que aparentam e também devem sentir-se tão realizados quanto nós com uma relação que tenha as duas coisas.Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Uma coisa é dar umas voltas, passar uns bons momentos, treinar novas acrobacias e bater recordes orgásmicos com alguém que até é o nosso género e com quem até nos damos bem; outra coisa é partilhar o corpo e o espírito a sério com alguém por quem se tem sentimentos profundos de afecto, amor, paixão, estima, cuidado, protecção e confiança. E quem vive ou já viveu plenamente a segunda, prefere sempre esta à primeira. É caso para dizer que o óptimo é inimigo do bom, ou, usando um brilhante claim de uma campanha publicitária de um produto de higiene doméstica: para quê algodão se pode ter seda?
Quanto mais se fala de sexo, menos se valoriza o que este tem de melhor. O mesmo acontece com o amor. Como dizia o poeta, já gastámos todas as palavras. Nunca as palavras sexo e amor foram tão usadas e gastas e, no entanto, a insatisfação em relação a um a ao outro transpira por todo o lado.Convém lembrar que, tanto num caso como no outro, é preciso haver tempo e disponibilidade para investir com generosidade, dedicação e interesses genuínos; é preciso estar lá com o coração e com o espírito para que o corpo materialize e sintetize o prazer.
Podemos ser diferentes em gostos, princípios e manias, mas naquilo que é essencial somos todos iguais; todos desejamos afecto, amor e estímulo, todos temos sonhos, medos e fantasias, todos gostamos de sentir prazer e amor e todos gostamos de combinar um com o outro. Como canta a sábia Rita Lee, sexo é escolha, amor é sorte. Mas a sorte vai batendo à porta, de vez em quando. Basta apenas deixá-la entrar.
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ftg >> Olhares.com

Taras e Manias

O sexo e a imaginação têm muito em comum. Aquilo que imaginamos é facilmente confundido com o que sentimos ou vivemos. Daí que realizar algumas fantasias resulte num duplo prazer: o de imaginar e o de concretizar. E não é preciso entrar em grandes loucuras ou bizarrias para potenciar o prazer. Às vezes, bastam pequenos gestos, um ou outro pormenor engraçado, e a coisa fica logo mais interessante.
Há quem tenha a mania das velas, há quem goste do chão forrado a tapetes de pêlo alto, há quem tenha uma predilecção por bancadas de cozinha, bancos traseiros de carros, janelas, terraços, casas de banho, locais públicos, parques de estacionamento, o campo, a praia, etc. Cada um tem direito aos seus pequenos fetiches, desde que os mesmos não ponham em causa a integridade alheia.
E há mesmo quem não consiga concentrar-se no momento se o ambiente ou o parceiro não seguirem determinados preceitos. Há mulheres que só embalam com boa música e preliminares, há outras que não estão nem para uma coisa nem para outra. Há pessoas que precisam de sentir álcool ou outras substâncias no sangue para descontrair quando chega o momento, há outras que, pelo contrário, necessitam de se sentir completamente sóbrias para o mesmo fim. Conhecer as manias de cada um dá trabalho e demora tempo. E é preciso existir abertura para conversar sobre o assunto sem nunca ridicularizar as manias do parceiro, mesmo que seja preciso dizer-lhe na cara que não queremos entrar no jogo.
Mais uma vez voltamos ao básico e ao essencial nas questões do sexo: antes ou depois, vale sempre a pena conversar para perceber o que é que faz o outro feliz. O pudor nacional de fazer tudo mas nunca falar de nada, típico da mentalidade ainda vigente de raízes sonsas e perversas não contribui em nada para a felicidade individual e dos casais em geral. É claro que não é preciso discutir todos os pormenores como fazia o Dr. Kinsey – à mesa com a mulher e os filhos presentes –, mas conversar nunca fez mal a ninguém. Até porque o sexo é como a alimentação; há que variar de forma equilibrada e saudável, sob pena de ficar intoxicado quando se insiste num só tipo de alimento. Citando uma campanha de publicidade brilhante de há uma década das Pousadas de Portugal: ‘já que está casado para toda a vida, então faça uma lua-de-mel todos os fins-de-semana’.
A variedade e a inovação estão na ordem do dia, há que apanhar a onda e tirar partido das manias de cada um.

>> por aí

sexta-feira, março 13, 2009



'sou feliz só por preguiça. a infelicidade dá uma trabalheira pior que doença. é preciso entrar e sair dela. afastar os que nos querem consolar. aceitar pêsames por uma porção de alma que nem chegou a falecer'

cansada. sinto-me cansada. e sinto-me sem nexo. no texto que escolhi. na fotografia que pus. e na frase que me saiu. ás vezes não regulo bem. é certo!