domingo, março 22, 2009

Taras e Manias

O sexo e a imaginação têm muito em comum. Aquilo que imaginamos é facilmente confundido com o que sentimos ou vivemos. Daí que realizar algumas fantasias resulte num duplo prazer: o de imaginar e o de concretizar. E não é preciso entrar em grandes loucuras ou bizarrias para potenciar o prazer. Às vezes, bastam pequenos gestos, um ou outro pormenor engraçado, e a coisa fica logo mais interessante.
Há quem tenha a mania das velas, há quem goste do chão forrado a tapetes de pêlo alto, há quem tenha uma predilecção por bancadas de cozinha, bancos traseiros de carros, janelas, terraços, casas de banho, locais públicos, parques de estacionamento, o campo, a praia, etc. Cada um tem direito aos seus pequenos fetiches, desde que os mesmos não ponham em causa a integridade alheia.
E há mesmo quem não consiga concentrar-se no momento se o ambiente ou o parceiro não seguirem determinados preceitos. Há mulheres que só embalam com boa música e preliminares, há outras que não estão nem para uma coisa nem para outra. Há pessoas que precisam de sentir álcool ou outras substâncias no sangue para descontrair quando chega o momento, há outras que, pelo contrário, necessitam de se sentir completamente sóbrias para o mesmo fim. Conhecer as manias de cada um dá trabalho e demora tempo. E é preciso existir abertura para conversar sobre o assunto sem nunca ridicularizar as manias do parceiro, mesmo que seja preciso dizer-lhe na cara que não queremos entrar no jogo.
Mais uma vez voltamos ao básico e ao essencial nas questões do sexo: antes ou depois, vale sempre a pena conversar para perceber o que é que faz o outro feliz. O pudor nacional de fazer tudo mas nunca falar de nada, típico da mentalidade ainda vigente de raízes sonsas e perversas não contribui em nada para a felicidade individual e dos casais em geral. É claro que não é preciso discutir todos os pormenores como fazia o Dr. Kinsey – à mesa com a mulher e os filhos presentes –, mas conversar nunca fez mal a ninguém. Até porque o sexo é como a alimentação; há que variar de forma equilibrada e saudável, sob pena de ficar intoxicado quando se insiste num só tipo de alimento. Citando uma campanha de publicidade brilhante de há uma década das Pousadas de Portugal: ‘já que está casado para toda a vida, então faça uma lua-de-mel todos os fins-de-semana’.
A variedade e a inovação estão na ordem do dia, há que apanhar a onda e tirar partido das manias de cada um.

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