Uma minhas anedotas preferidas é a da queca mágica. Um rapaz mete conversa com uma rapariga numa discoteca e diz-lhe: ‘Eu agora levava-te para casa e fazia--te uma coisa espectacular’. A pequena, sonhadora e entusiasmada, pergunta: ‘O quê?’ ‘Dava-te uma queca mágica’, prossegue o rapaz, ufano. ‘E o que é isso?’ pergunta de novo a jovem. ‘É fantástico’, responde ele, ‘eu dava-te uma queca e tu desaparecias’.
O grande problema é que uma queca, das duas, uma: ou é só um encontrão que vale pela novidade e pela adrenalina – e, sendo esse o caso, não vale a pena repetir; ou, se se vai repetindo, é porque não é só uma queca. Há ali mais qualquer coisa, um je ne sais quoi de poder e magia, um mistério, uma vontade que não morre, uma forma de entendimento que não se consegue explicar, mas que existe porque se sente, mesmo quando o comum mortal não quer pensar que assim é.
As fronteiras entre o sexo puro e duro e a expressão gasta e pirosa de ‘fazer amor’ – que ainda é mais pirosa e, por isso mesmo, mais engraçada quando o artigo definido entra na dança e transforma a expressão em ‘fazer o amor’ – são muito mais difíceis de definir para as mulheres do que para os homens.
Para eles, há as gajas e as namoradas. Há as que são só para o-que-é-que-é e as de quem eles gostam. Mas, para as mulheres, tudo se complica, porque são raras as que conseguem o máximo do entendimento com o mínimo do envolvimento. Uma mulher nunca gosta de sentir que foi usada; prefere imaginar que um começo menos clássico de uma relação pode conduzir a algo mais sério.
Até porque as mulheres são pela continuidade, enquanto os homens preferem a variedade e são propensos a uma certa dispersão. A verdade é que as mulheres nunca querem acreditar que eles, afinal, não gostam de nós, enquanto que os homens demoram muito tempo a acreditar que as mulheres gostam deles, porque partem muitas vezes do princípio que elas não gostam.
Porque é assim? Porque a cultura latina educa a mulher para a entrega, a espera, a abnegação, a expiação dos pecados, a obsessão das virtudes, a complacência, a dedicação e o sacrifício? Ou será uma questão genética? Nas páginas de anúncios de jornais onde se vende sexo, por cada 150 anúncios de mulheres que vendem o corpo, há um anúncio de homens a fazer o mesmo. A razão segue a lógica do mercado: não há procura, porque não é sexo puro e duro que as mulheres procuram. As mulheres querem, regra geral, alguém que lhes faça companhia, antes e depois do sexo. E uma companhia é o oposto de um acompanhante.
Por isso, se uma rosa é sempre uma rosa, uma queca pode ser sempre mais qualquer coisa. O suficiente para fazer uma mulher sonhar. E, como dizia o outro, «o homem caça e luta, a mulher intriga e sonha». Não é defeito, nem sequer feitio. É genético, faz parte do ADN.
O grande problema é que uma queca, das duas, uma: ou é só um encontrão que vale pela novidade e pela adrenalina – e, sendo esse o caso, não vale a pena repetir; ou, se se vai repetindo, é porque não é só uma queca. Há ali mais qualquer coisa, um je ne sais quoi de poder e magia, um mistério, uma vontade que não morre, uma forma de entendimento que não se consegue explicar, mas que existe porque se sente, mesmo quando o comum mortal não quer pensar que assim é.
As fronteiras entre o sexo puro e duro e a expressão gasta e pirosa de ‘fazer amor’ – que ainda é mais pirosa e, por isso mesmo, mais engraçada quando o artigo definido entra na dança e transforma a expressão em ‘fazer o amor’ – são muito mais difíceis de definir para as mulheres do que para os homens.
Para eles, há as gajas e as namoradas. Há as que são só para o-que-é-que-é e as de quem eles gostam. Mas, para as mulheres, tudo se complica, porque são raras as que conseguem o máximo do entendimento com o mínimo do envolvimento. Uma mulher nunca gosta de sentir que foi usada; prefere imaginar que um começo menos clássico de uma relação pode conduzir a algo mais sério.
Até porque as mulheres são pela continuidade, enquanto os homens preferem a variedade e são propensos a uma certa dispersão. A verdade é que as mulheres nunca querem acreditar que eles, afinal, não gostam de nós, enquanto que os homens demoram muito tempo a acreditar que as mulheres gostam deles, porque partem muitas vezes do princípio que elas não gostam.
Porque é assim? Porque a cultura latina educa a mulher para a entrega, a espera, a abnegação, a expiação dos pecados, a obsessão das virtudes, a complacência, a dedicação e o sacrifício? Ou será uma questão genética? Nas páginas de anúncios de jornais onde se vende sexo, por cada 150 anúncios de mulheres que vendem o corpo, há um anúncio de homens a fazer o mesmo. A razão segue a lógica do mercado: não há procura, porque não é sexo puro e duro que as mulheres procuram. As mulheres querem, regra geral, alguém que lhes faça companhia, antes e depois do sexo. E uma companhia é o oposto de um acompanhante.
Por isso, se uma rosa é sempre uma rosa, uma queca pode ser sempre mais qualquer coisa. O suficiente para fazer uma mulher sonhar. E, como dizia o outro, «o homem caça e luta, a mulher intriga e sonha». Não é defeito, nem sequer feitio. É genético, faz parte do ADN.
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